João 4:46 a 4:53

A cura o Filho do Oficial do Rei ocorre quando Jesus estava pela segunda vez em Caná. Jesus voltava de Jerusalém para a Galileia.

Vivia, naquela época, em Cafarnaum, um alto funcionário, ligado à casa civil ou militar de Herodes Antipas. Muitos especulam que se tratava de Cusa, intendente de Herodes, que era marido de Joana, uma das piedosas mulheres da Galileia, que passaram a acompanhar o Mestre em suas viagens missionárias.

E o evangelista João descreve que ele tinha um filho, que estava gravemente enfermo, acometido por uma violenta febre maligna. Cafarnaum era situada em uma região tropical e pantanosa, que no verão, e ainda mais no outono, ficava cheia de insetos e mosquitos.

Eram muitos os casos de vítimas fatais que essa febre fazia, disseminada por esses vetores. E a febre chegou a um ponto tal, que o pai do menino, o oficial do rei, temia que seu filho estivesse à beira da morte.

Mas a notícia da volta de Jesus para Caná, havia se espalhado por toda a Galileia e chegou ao conhecimento do oficial do rei, em Cafarnaum. A esperança se acendeu em seu coração. O pai aflito não poupou esforços e partiu em uma jornada pelo longo e estreito caminho que levava até Caná onde o Mestre estava.

E, em seu comovente amor de pai, ele rogou muitas vezes que Jesus descesse à Cafarnaum e curasse seu filho doente. O Mestre, porém, diversas vezes colocava à prova a fé daqueles que lhe faziam pedidos.

Então, Jesus lhe disse: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” João 4:48

Jesus, com aquelas palavras, não falava somente ao pai suplicante, mas a todos os judeus que, de uma forma geral, no curso da história de Israel, estavam sempre a pedir sinais e prodígios, para que pudessem crer em Deus ou em seus profetas.

Era assim, primeiro os judeus queriam ver, para depois crer. Mas não pela palavra ou pelo testemunho de Jesus e sim pelos milagres. Entretanto, o Mestre sabia que este tipo de fé era vacilante, imperfeita e superficial. A vontade de Jesus era que seus discípulos acreditassem nas suas palavras, como a samaritana fez. Não houve milagre em Samaria, mas eles creram na pregação e no testemunho de Jesus.

E o oficial do rei, em seu muito amor paterno, superou aquela prova inicial de fé, não se abateu com a dura resposta do Mestre e continuou, humildemente, rogando por seu filho querido. E Jesus o submeteu a mais uma prova de fé:

Disse-lhe Jesus: “Vai, o teu filho vive”. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e partiu. João 4:50

Estava o Mestre a despertar a fé genuína no coração daquele nobre. Era preciso realmente fé, pois ele havia vindo de tão longe, pensando com suas categorias humanas de pensamentos, de que Jesus viria junto com ele e entraria de forma triunfal em sua casa e, após uma linda oração, entregaria o seu filho restaurado em seus braços.

Mas ele saiu de Caná com apenas uma palavra: “Vai o teu filho vive”. Não foi nada do que havia imaginado, mas ele escolheu crer, acreditar e confiar na palavra de Jesus. Partiu em sua provação, com aquela palavra do Mestre, com o coração cheio de esperança, só que mal sabia ele, que Jesus era a própria palavra viva de Deus.

E a mesma palavra que no princípio do mundo, transformou caos em cosmos, criou e transformou tudo o que vemos e conhecemos, aquela mesma palavra ecoou pelo universo e chegou primeiro ao filho do oficial, repreendeu a febre e o curou.

Houve uma alegria tão grande na casa deste nobre, que os seus servos saíram-lhe ao encontro e, regozijando, anunciaram a boa nova. O pai amoroso, emocionado, logo quis saber a que horas seu filho foi restaurado, ao que seus servos lhe respondem: “às sete horas“.

Ele entende que foi na mesma hora que Jesus havia dito: “Vai, teu filho vive”. Assim, sua fé foi tremendamente edificada, chegando-se a fé perfeita, salvadora, pois ele primeiro creu na palavra de Jesus; foi provado em sua fé; e, depois, viu o resultado, a cura de seu filho. E não podia mais se conter. Testemunhou à toda sua parentela, família, servos, funcionários e eles creram, juntamente com ele; grande foi a salvação naquela casa!

É emocionante ver que no curso da nossa existência, passamos dificuldades semelhantes. É difícil e longo o caminho da provação. Chegamos a andar tanto por esse caminho, que nos sentimos, por vezes, esgotados. Somos tentados a querer ver, para depois crer.

Mas é preciso ter fé e acreditar primeiro. Por mais absurdas que pareçam as circunstâncias, basta somente crer em Jesus e todo sofrimento vai embora. Mas é necessário pedir, clamar, buscar a Deus em orações e confiar em Jesus.

Bom Dia!

 

“A caridade é o processo de somar alegrias,

diminuir males,

multiplicar esperanças e dividir a felicidade,

para que a Terra se realize na condição

do esperado Reino de Deus.”

Hammed /Chico Xavier