O ecumenismo é um esforço feito pelas religiões cristãs em busca de uma unidade entre elas. E num sentido mais amplo,  elas buscam também a união com outras religiões não cristãs.

Para a nossa evolução espiritual, o nosso ego é o nosso maior inimigo. E é nas religiões que ele se torna mais intransigente. Daí que, apesar de a finalidade das religiões ser a união de todos nós como irmãos e filhos do nosso mesmo Pai comum de toda a Humanidade, o que as religiões mais têm feito, no decorrer da História, são separações entre as pessoas, inclusive provocando conflitos e até guerras. É o egoísta e repudiado exclusivismo religioso, que deverá ser substituído pelo já desejado por muitos cristãos inclusivismo religioso.

Para que haja, pois, um ecumenismo verdadeiro, é necessário que dominemos o nosso ego. E um meio de dominarmo-lo mesmo é fazermos despertar em nós a virtude da humildade. Nada de arrogância e de sermos os donos da verdade! Devemos ouvir mais do que falarmos e aceitarmos sem preconceitos as verdades das outras religiões, sim, pois todas elas têm verdades na sua essência iguais às nossas, só que, às vezes, são vistas por nós de modo preconceituoso. De fato, na sua essência, todas as religiões têm um mesmo pensamento, ou seja, o de amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso semelhante como a nós mesmos. E lembremo-nos de que o evangelista são João nos ensina que aquele que afirma amar a Deus, mas não ama seu próximo, é mentiroso. (4: 20). E mais: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus…” (1 João 4: 7).

Realmente, há verdades em todas as religiões. É por isso que muitas pessoas, hoje, têm mais de uma religião. Aplaudamos essas pessoas, pois elas amam sua religião de berço, por isso não a abandonam. Mas descobrindo outras verdades omitidas ou condenadas por sua igreja, abraçam também outra que ensina verdades que cada um vai descobrindo de acordo com sua evolução cultural e espiritual.

O excelso Mestre disse que conheceremos a verdade e que ela nos libertará (João 8: 32). Observemos que os dois verbos do texto estão no futuro, o que quer dizer que isso acontecerá somente no futuro, isto é, de acordo com a nossa evolução cultural e espiritual. E, às vezes, podemos acelerar a conquista da verdade justamente com outras religiões. Por exemplo, a Seicho-No-Ie ensina que não existe pecado, porque segundo ela, ele não foi criado por Deus e não é sustentado por Ele, pelo que sua existência não é, pois, verdadeira. E isso é uma grande verdade. A reencarnação é outro exemplo de verdade que, oficialmente, as religiões cristãs não a aceitam, mas ela é adotada por grande parte de cristãos, por ser uma verdade bíblica e, hoje, comprovada por vários segmentos científicos, o que tem levado grande parte de cristãos que a aceita e a frequentar as religiões que a ensinam.

 Os cristãos que concordam com algumas doutrinas de outras religiões são os que já têm seus corações verdadeiramente abertos para um verdadeiro ecumenismo e não só de palavras, os quais, por isso mesmo, até já frequentam outras religiões. Eles, pois, representam de fato a linha de frente do início daquele autêntico ecumenismo profetizado e tão desejado pelo Mestre dos mestres, isto é, aquele de um só rebanho e de um só pastor!